terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Mulher de 40 anos infartada espera 8 dias pelo tratamento em Feira de Santana


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07/12/2013 16:07


 O técnico de  enfermagem, Rafael Andrade, procurou a nossa produção  para denunciar o caso da paciente Sônia Suely da Silva , 40 anos, que foi diagnosticada com infarto, mas está há dias a espera  do tratamento.
Segundo Andrade, a paciente foi atendida primeiro na Policlínica da Rua Nova, em Feira de Santana, na quarta-feira (27/11), com um quadro de pico hipertensivo e foi medicada e liberada. Voltou na unidade de atendimento na sexta-feira (29), com os mesmos sintomas e, novamente, foi medicada e liberada, mas passou mal, então, pela terceira vez,  voltou a mesma unidade de saúde,  onde recebeu  atendimento e a orientação de procurar um cardiologista.
Na ultima quarta-feira (4), a paciente se dirigiu a policlínica do bairro George Américo,  onde foi submetida a um  exame eletrocardiograma e foi diagnosticada com infarto agudo do miocárdio (IAM).
A médica plantonista da ocasião, solicitou outros exames, entre eles, tropomina  que   é  um exame  muito utilizado no diagnóstico do IAM. Esta enzima é liberada no sangue a partir de 2 a 8 horas após a lesão do mesmo. Ainda segundo o técnico de enfermagem que fez a denúncia,  o médico plantonista, entretanto, avisou que  os exames  só seriam realizados na policlínica do bairro Tomba, mas lá estaria em falta do reagente, que é substância imprescindível para a realização dos procedimentos.
Contudo o Diretor da policlínica do Tomba,José  Leal,  diz que o reagente não está em falta, segundo ele, o que ocorre é que a empresa responsável pela  instalação e manutenção dos equipamentos teve a licitação vencida e,  por lei, o órgão tem até  dez dias para que a nova empresa (vencedora da licitação) regularize o processo. “ Quero ressaltar que durante esse período, os procedimentos continuaram acontecendo no Hospital da Mulher e que até a próxima segunda-feira (9), serão realizados aqui novamente. Não houve suspensão dos serviços, inclusive, estamos adquirindo um equipamento novo”, explica .
Agravante
Em Feira de Santana  existe apenas um Instituto de Cardiologia ,do Hospital Dom Pedro de Alcântara,  (INCARDIO) . O local é o único habilitado para a realização de procedimentos que tratam IAM,sendo que, há  apenas um médico especialista (eletrofisiologista)  para realizar o cateterismo cardíaco ou Estudo Hemodinâmico, que  é um procedimento  para examinar vasos sanguíneos e o interior do coração. Entretanto,  o especialista em questão, está fora da cidade desde a ultima terça-feira (2) e só retornará na próxima segunda-feira (9).
Segundo Sandra Perg, diretora administrativa do Incardio, o Dr. Fábio Vieira, viajou para participar de um congresso e não há nenhum substituto para ele, mas diz que há tempo para a realização do cateterismo aconteça sem problemas quando ele voltar, desde que  a paciente esteja bem assistida.
De acordo com  o especialista Wellington Araújo Costa, em artigo para revista Brasileira de Cirurgia Cardivascular, os pacientes com  IAM constituem um grupo heterogêneo. “O prognóstico após o episódio depende da função miocárdica residual, do risco de extensão do infarto ou reinfarto e das medidas tomadas para revascularizar o tecido miocárdico viável”, EXPLICA.
  Ainda de acordo com Dr. Costa, a cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) é frequentemente considerada como o método mais confiável para salvar um miocárdio isquêmico, especialmente quando a trombólise e/ou a angioplastia falham. Sabe-se que pacientes tratados com terapêutica médica convencional tem mortalidade hospitalar elevada e sobrevida a longo prazo.
“O tempo ideal para a revascularização cirúrgica após episódio de IAM permanece controverso”, alerta ele.
A paciente foi transferida para o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), na ultima quinta-feira (5) e permanece à espera dos procedimentos. Familiares e amigos  estão se manifestando nas redes sociais , para cobrar uma posição mais enérgica dos órgãos competentes, eles temem que Sônia Suely sofra sequelas graves e permanentes, ou até venha a falecer,  se não for submetida a tempo hábil, ao cateterismo