O papa argentino Francisco
oficializou na manhã deste domingo (12) os primeiros santos de seu pontificado, entre eles duas freiras latino-americanas.
A freira colombiana Laura Montoya y Upegui (1874-1949) e a
mexicana Guadalupe García Zavala (1878-1963) foram canonizadas ao lado
de 801 mártires italianos, supostamente perseguidos por tuco-otomanos em
1480.
De acordo com a agência de notícias Efe, milhares de
fiéis acompanharam a homilia de Francisco na praça de São Pedro, onde
dois grandes retratos das freiras foram suspensos ao lado de uma
tapeçaria que simbolizava os "mártires de Otranto", nome da cidade do
sul da Itália onde ocorreram os assassinatos.
Depois do rito de canonização, feita por um longo texto
em latim, o chefe católico afirmou que aquela cerimônia estabelecia que,
a partir de então, esses nomes seriam “devotamente honrados entre os
santos de toda a Igreja”.
A data dessas canonizações já havia sido escolhida pelo
papa Bento XVI no dia 11 de fevereiro, no mesmo consistório de cardeais
no qual anunciou sua renúncia.
Os santos
A cerimônia foi celebrada em uma manhã ensolarada na presença de delegações oficiais de Colômbia, México e Itália.
Primeira santa colombiana, Laura de Jesús Montoya y
Upegui era uma professora defensora dos indígenas. Escritora e
religiosa, fundou a Congregação das Irmãs Missionárias da Beata Virgem
Maria Inmaculada e de Santa Catalina de Siena.
Já a mexicana Anastasia Guadalupe García Zavala é a
co-fundadora das Servas de Santa Margarita María e dos Pobres. A 'madre
Lupita', como era conhecida, exercia a profissão de enfermeira. Segundo a
tradição, ela chegou a mendigar para ajudar o hospital em um momento de
crise financeira. Ajudou em sua escolha o fato de ela ter vivido em uma
época em que Igreja Católica no país sofreu perseguições nas primeiras
décadas do século XX.
Como na maioria das histórias envolvendo mártires, o
grupo italiano foi canonizado por não renunciar à fé cristã mesmo diante
da morte iminente, finalmente ocorrida em 13 de agosto de 1480.