quarta-feira, 15 de maio de 2013

Lei ante birita



Tomar cachaça em locais públicos em Salvador ficará proibido, caso a prefeitura aprove uma lei  que tem como público-alvo os moradores de rua. A ideia do projeto antibirita é de Mauricio Trindade,  secretário municipal da Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps).
Segundo ele, o álcool é atualmente o principal inimigo da pasta, à frente até mesmo do crack. "Hoje, a população em situação de rua na capital é de 3.500 pessoas. Destas,  70% são consumidoras de álcool, que é  porta de entrada para o uso da pedra", afirma Trindade.
De acordo com o secretário, se o projeto se tornar realidade, as abordagens aos 'pés de cana' serão feitas, em conjunto, pela Guarda Municipal e assistentes sociais.  "O preposto vai tomar a garrafa das mãos dessa pessoa e verificar que tipo de problema a fez   ir para a rua. Se foi por falta de moradia, vamos encaminhá-la para um abrigo da prefeitura. Se for desemprego, terá prioridade no Simm",  salientou. Conforme Trindade, não haverá punição para quem vende bebida alcoólica.
O projeto, que está em análise jurídica na Procuradoria Geral do Município, deve ser enviado para votação na Câmara de Vereadores ou  sancionado por meio de decreto  do prefeito ACM Neto.
Nova lei deve ir pelo ralo
Joab de Jesus, 35 anos, é morador de rua na região do Rio Vermelho,  considerada zona boemia de Salvador. Sob a condição de que apenas sua garrafa aparecesse no MASSA!, ele afirmou consumir aguardente 51 e que  compra a bebida em supermercados daquela área. "A gente pega o dinheiro da reciclagem e faz uma vaquinha",  relatou.
Rita de Cássia,  proprietária de um mercadinho no mesmo bairro,  diz que, ao menos em seu estabelecimento, esse tipo de  público não faz parte da clientela. Para Antonio Carlos Cerqueira, funcionário de um bar próximo ao Mercado do Peixe, a lei antibirita é só mais uma invenção dos políticos e não vai pegar. "Já temos uma dezena de leis aí que não funcionam", justifica.