O ex-policial Marcos
Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado neste sábado no Fórum de
Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), pela morte e
ocultação de cadáver da ex-modelo Eliza Samudio em 2010. A decisão dos
jurados foi confirmada pelos advogados do réu e pelo promotor de Justiça
Henry Wágner Vasconcelos Castro. O ex-policial foi considerado culpado
dos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. A
juíza Marixa Fabiane Rodrigues ainda redige a sentença.
Um dos advogados do ex-policial, Fernando Magalhães, disse que não vai acompanhar a leitura da sentença e deixou o fórum. O promotor, bastante sorridente, foi cumprimentado por várias pessoas no salão do tribunal do júri. Os filhos de Bola e a mulher do ex-policial choraram bastante ao saber da decisão dos jurados.
O caso Bruno
Eliza
Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de
Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a
polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por
Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do
jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de
Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno,
Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma
adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.
No dia
seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados
foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão,
acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois,
Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson
Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram
presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao
corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como
participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia
que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo
ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a
estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o
ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia 30 de
julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte
de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do
crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo
sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O
goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.
Em 17 de
dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa
Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente
qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de
cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por
sequestro e cárcere privado.
No dia 19 de novembro de 2012, foi
dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda.
Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu
desmembrar o processo. O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e
Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013,
Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e
seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues
do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi
absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é
acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.
Bola é condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio
.
O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado
na noite deste sábado a 22 anos de prisão em regime fechado pelo
homicídio e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro
Bruno Fernandes de Souza.
Eliza desapareceu em junho de 2010 e seu corpo nunca foi encontrado.
Bola, apontado como o executor da ex-modelo, foi o quinto réu julgado
pelo crime. O ex-jogador do Flamengo e outros dois réus já haviam sido
condenados. Uma pessoa foi absolvida.
Em sua sentença, a juíza Marixa Fabiane Lopes classificou Bola como
"agressivo" e "impiedoso". A magistrada afirmou que, por ter sido
policial, o réu "tinha plena consciência da gravidade de seu ato" mas,
segundo ela, "agiu amparado pela certeza da impunidade".
Até as 23h10, a defesa de Bola ainda não havia decidido se iria recorrer da sentença.
O advogado de Bola, Ércio Quaresma, afirmou que a investigação está incompleta --há suspeita de participação de duas outras pessoas no crime. Para a defesa, se existe a possibilidade de novos réus, há dúvidas sobre a autoria.
A Promotoria argumentou que há registros de ligações telefônicas de Bola para os envolvidos no crime e lembrou que Bruno afirmou, em seu julgamento, que seu ex-secretário Luiz Henrique Romão, o Macarrão, contratou Bola para matar Eliza.
Outros dois réus --Elenilson Silva, que foi caseiro do goleiro, e Wemerson Souza, amigo-- ainda irão a julgamento, desta vez por sequestro e cárcere privado do filho de Bruno e Eliza.
A Promotoria afirma que a ex-modelo foi morta por cobrar pensão para o filho que teve com o goleiro, que na época recebia R$ 300 mil por mês. Em março, o ex-jogador foi condenado a 22 anos e três meses de prisão em regime fechado..