quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Homicídio de negros cresceu quase 300% em 8 anos na Bahia

  • A ministra Luiza Bairros defende políticas sociais para a juventude
A Bahia, estado com o maior número de afrodescendentes do país, ocupa a primeira posição no ranking de homicídios de negros de 2002 a 2010, segundo o Mapa da Violência 2012, divulgado nesta quinta-feira, 29, pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir). O crescimento no estado foi de quase 300%, à frente de Rondônia (211%) e da Paraíba (209%). Em todo o país, o aumento foi de 29,8%, enquanto o número de assassinatos de brancos teve diminuição de 25,5%.
O número total de negros assassinados na Bahia em 2010 foi de 5.069, 2.269 a mais do que em 2006, quando ocorreram 2.800 mortes. Os registros de 2006 também são maiores do que os de 2002 (1.282 óbitos), o que mostra um crescimento acelerado das estatísticas de violência envolvendo pessoas negras. A quantidade de brancos assassinados também cresceu ano a ano na Bahia, mas ainda assim fica bem distante da margem de negros mortos, nunca ultrapassando três dígitos. Em 2002, foram 137 assassinatos de pessoas brancas, e em 2006 e 2010, 187 e 361, respectivamente.
A evolução dos homicídios, considerando a cor das vítimas, demonstra o quanto o Brasil precisa avançar em políticas públicas que garantam igualdade de condições para todos, independente de cor, sobretudo no acesso às áreas consideradas prioritárias, com uma oferta de educação de qualidade, afirma a ministra da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Sepir), Luiza Bairros.