terça-feira, 16 de maio de 2017

Saúde e Trobogy também registram casos de ataques de morcegos este ano

 
 

Pelo menos 31 pessoas já buscaram atendimento por causa deste tipo de mordida em Salvador; Prefeitura faz força-tarefa de prevenção nesta terça
Carol Aquino (carol.aquino@redebahia.com.br)
Atualizado em 15/05/2017 22:01:01
Em 2017, além dos bairros de Santo Antônio e do Barbalho, a Saúde e o Trobogy também tiveram registros de pessoas mordidas por morcegos, segundo revela o chefe do setor de vigilância contra a raiva do Centro de Controle de Zoonoses de Salvador (CCZ), Aroldo Carneiro. Só este ano, pelo menos 31 pessoas já foram atendidas no Hospital Couto Maia buscando profilaxia contra a raiva.
“Estes 31 atendimentos não foram todos fruto de mordedura noturna de morcego hematófogo. Às vezes isso acontece por causa da manipulação inadequada, ou a pessoa pisa no morcego sem querer e ele vai se defende”, disse Carneiro, apontando que alguns destes ataques podem ser acidentais e causados por animais herbívoros.
(Foto: Reprodução)
O veterinário destacou que não é a primeira vez que há um aumento no número de mordidas de morcegos no mês de maio. No ano passado o mesmo fenômeno aconteceu em Salvador, mas envolvendo ataques a cachorros em Patamares. O CCZ está investigando se há alguma explicação para esta coincidência.
Hoje, o CCZ vai fazer uma ação intensiva no Centro Histórico, nos bairros do Santo Antônio Saúde e Barbalho, para prevenir novos ataques de morcego e possíveis casos de raiva. Trinta agentes de endemias irão visitar residências para orientar moradores a como evitar mordidas do animal, reforçar a vacinação de cães e gatos e identificar pessoas que tenham sido atacadas, mas que ainda não tenham ido procurar atendimento em unidades de saúde.
Outro foco será a identificação de esconderijos de morcegos e captura de alguns deles para controle populacional. Os que apresentarem comportamento anormal e apresentarem indícios de infecção por raiva serão levados para exames.
A recomendação para os moradores de áreas onde ataques de morcegos foram registrados é a de que mantenham janelas fechadas durante a noite e façam uso de telas protetoras. Além disso, quem for mordido por um morcego deve lavar o local com água e sabão procurar fazer a profilaxia o mais rápido possível, com vacina e soro. 
A Prefeitura dispõe de três unidades referenciadas para esse tipo de atendimento: o posto Alfredo Bureau, na Rua Brasília, no Imbuí; a UPA Hélio Machado, na Rua da Cacimba, em Itapuã; e UPA Rodrigo Argolo, na Rua Pernambuco, em Tancredo Neves. Além desses lugares, o tratamento ocorre em uma unidade de saúde da Ufba e no Hospital Couto Maia.
Grávidas, crianças de até cinco anos e idosos, devem se dirigir diretamente para o Hospital Couto Maia, para receber o soro homólogo, que causa menos efeitos colaterais. 
“A raiva quando ela está clinicamente manifestada, é fatal. Quanto antes a pessoa tomar vacina e o soro, melhor. Se a pessoa protela e manifesta os primeiros sintomas, mesmo com tratamento, ela pode não resistir”, alerta o médico veterinário Edson Ribeiro, do Grupo de Trabalho Raiva da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).