Pelo menos 31
pessoas já buscaram atendimento por causa deste tipo de mordida em
Salvador; Prefeitura faz força-tarefa de prevenção nesta terça
Em 2017, além dos bairros de Santo
Antônio e do Barbalho, a Saúde e o Trobogy também tiveram registros de
pessoas mordidas por morcegos, segundo revela o chefe do setor de
vigilância contra a raiva do Centro de Controle de Zoonoses de Salvador
(CCZ), Aroldo Carneiro. Só este ano, pelo menos 31 pessoas já foram
atendidas no Hospital Couto Maia buscando profilaxia contra a raiva.
“Estes
31 atendimentos não foram todos fruto de mordedura noturna de morcego
hematófogo. Às vezes isso acontece por causa da manipulação inadequada,
ou a pessoa pisa no morcego sem querer e ele vai se defende”, disse
Carneiro, apontando que alguns destes ataques podem ser acidentais e
causados por animais herbívoros.
(Foto: Reprodução)
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O
veterinário destacou que não é a primeira vez que há um aumento no
número de mordidas de morcegos no mês de maio. No ano passado o mesmo
fenômeno aconteceu em Salvador, mas envolvendo ataques a cachorros em
Patamares. O CCZ está investigando se há alguma explicação para esta
coincidência.
Hoje, o CCZ vai fazer
uma ação intensiva no Centro Histórico, nos bairros do Santo Antônio
Saúde e Barbalho, para prevenir novos ataques de morcego e possíveis
casos de raiva. Trinta agentes de endemias irão visitar residências para
orientar moradores a como evitar mordidas do animal, reforçar a
vacinação de cães e gatos e identificar pessoas que tenham sido
atacadas, mas que ainda não tenham ido procurar atendimento em unidades
de saúde.
Outro foco será a
identificação de esconderijos de morcegos e captura de alguns deles para
controle populacional. Os que apresentarem comportamento anormal e
apresentarem indícios de infecção por raiva serão levados para exames.
A
recomendação para os moradores de áreas onde ataques de morcegos foram
registrados é a de que mantenham janelas fechadas durante a noite e
façam uso de telas protetoras. Além disso, quem for mordido por um
morcego deve lavar o local com água e sabão procurar fazer a profilaxia o
mais rápido possível, com vacina e soro.
A
Prefeitura dispõe de três unidades referenciadas para esse tipo de
atendimento: o posto Alfredo Bureau, na Rua Brasília, no Imbuí; a UPA
Hélio Machado, na Rua da Cacimba, em Itapuã; e UPA Rodrigo Argolo, na
Rua Pernambuco, em Tancredo Neves. Além desses lugares, o tratamento
ocorre em uma unidade de saúde da Ufba e no Hospital Couto Maia.
Grávidas,
crianças de até cinco anos e idosos, devem se dirigir diretamente para o
Hospital Couto Maia, para receber o soro homólogo, que causa menos
efeitos colaterais.
“A raiva quando
ela está clinicamente manifestada, é fatal. Quanto antes a pessoa tomar
vacina e o soro, melhor. Se a pessoa protela e manifesta os primeiros
sintomas, mesmo com tratamento, ela pode não resistir”, alerta o médico
veterinário Edson Ribeiro, do Grupo de Trabalho Raiva da Diretoria de
Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
(Sesab).