terça-feira, 16 de maio de 2017

Aluna de escola pública inventa monitor cardíaco para sonâmbulos

 
 
 
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    Estudante usou iniciação científica escolar para ajudar pessoas que sofrem com distúrbio do sono Estudante usou iniciação científica escolar para ajudar pessoas que sofrem com distúrbio do sono
Um projeto de iniciação científica na escola pode se transformar em oportunidade de trabalho para a adolescente paulistana Nathália Souza de Oliveira, de 17 anos.
Interessada em medicina, ela idealizou e desenvolveu, com a ajuda dos professores da Escola Estadual Alexandre Von Humboldt, em São Paulo, um monitor cardíaco para pessoas com sonambulismo, que pode ajudar a evitar acidentes domésticos.
Com o projeto, Nathália é finalista do prêmio principal da Feira de Ciências de São Paulo, o principal evento do tipo no Estado. E uma parceria entre a escola e uma empresa americana no Brasil deve garantir testes em pacientes com o distúrbio.
"Eu sempre quis fazer algo na área de medicina, especialmente em neurologia. Pesquisando, vi que o sonambulismo não é tratado como doença, mas pode causar acidentes. Pensei em criar algo que ajudasse a fazer com que esses acidentes não acontecessem mais", disse Nathália à BBC Brasil.
"Pensamos que é algo distante, mas nas feiras de ciências muita gente me conta histórias de membros da família que têm sonambulismo."
O sonambulismo é considerado um distúrbio benigno do sono, que atinge principalmente crianças e, apesar de não ter cura, pode desaparecer espontaneamente.
De um modo geral, a pessoa que sofre do transtorno pode sentar, andar, falar ou fazer atividades repetitivas, até de olhos abertos, enquanto está no estágio mais profundo do sono.
Apesar de não causar danos específicos à saúde, os episódios de sonambulismo estão associados a acidentes domésticos --algumas pessoas tropeçam, abrem janelas ou tentam cortar alimentos nesse estado, por exemplo.
"O sonambulismo faz parte do amadurecimento dos sistemas de sono no cérebro, por isso ocorre muito em crianças. Mas sabemos que existe uma predisposição genética. É comum famílias terem mais de uma pessoa com o distúrbio", disse à BBC Brasil a neurologista Rosana Cardoso Alves, da Academia Brasileira de Neurologia.