No decorrer de uma depressão podem surgir tendências suicidas e não
são raros os doentes que cedem a esse impulso. Por isso, qualquer sinal
de ideias suicidas é como um pedido de socorro, e que como tal precisa
de ser entendido.
Os estados de depressão grave são, muitas vezes acompanhados por
alterações do sono, perda de apetite, perda de peso, desinteresse pelas
questões sociais, apatia, sentimentos de desespero, de desamparo, de
estar exausto, quer física quer psiquicamente. Neste sentido, os
sintomas ou perturbações depressivas poderão ser indicadores
significativos de comportamento suicida.
Expressões como: “A minha vida já não tem sentido. Seria preferível
eu desaparecer”, pode ser indicador de “ALERTA”. Nos estados de
depressão grave, é frequente os doentes chegarem a um ponto tal que
acham que nunca mais conseguirão recuperar. Vivem o presente sem um
mínimo de esperança, e as perspetivas de futuro encontram-se dominadas
por sentimentos negativos.
As intenções de suicídio devem ser sempre levadas a sério pelos
amigos e familiares. Amigos e familiares, muitas vezes ficam sem saber
se hão-de falar abertamente sobre o assunto, ou se é preferível não o
abordarem. A sugestão é que conversem sobre o problema! Para quem está
deprimido pode ser um alívio conseguir desabafar com alguém.
Quando as pessoas do círculo do doente começam a sentir a impressão
de que o contacto com este lhe escapa cada vez mais, deverão levá-lo a
um profissional de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra) tão cedo
quanto possível. E nunca é demais recordar que funcionam noite e dia
serviços de urgência em hospitais a que poderão recorrer, caso entrem em
crises agudas de desespero.
Se se sente deprimido, não tente enfrentar sozinho a situação.
Naturalmente que há depressões que se curam espontaneamente. Mas também é
provável que surjam de novo após um período de tempo muito
imprevisível. Por isso, a atitude mais prudente é a de procurar quanto
antes ajuda especializada.