05/02/2017 15h05
Depoimento está marcado para 17 de fevereiro em Brasília; petista deve pedir para falar por videoconferência em SP
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi intimado a depor em
Brasília, no dia 17 de fevereiro, no processo em que é investigado por
supostamente tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da
Petrobras, e obstruir a Justiça no âmbito das investigações da Operação
Lava Jato. O processo é parte da delação do ex-senador Delcídio do
Amaral. A denúncia, porém, não foi confirmada por Cerveró. Lula, que é
réu no processo, deve depor, mas pedirá para ser ouvido por
videoconferência, em São Paulo. A intimação foi feita antes da
ex-primeira-dama Marisa Letícia ter o AVC (Acidente Vascular Cerebral)
que levou a sua morte. A delação de Delcídio foi vazada em março do ano
passado. Além de acusar o ex-presidente, o ex-parlamentar alvo da Lava
Jato delatou que Dilma Rousseff também teria tentado interferir nas
investigações, com a ajuda do então ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo. Os investigadores não conseguiram ainda comprovar o depoimento
do ex-senador, que menciona apenas “Lula me disse” ou “Lula me pediu”.
Na delação à Procuradoria-Geral da República, Delcídio baseia toda a
denúncia contra o ex-presidente Lula acusando-o de se reunir com o chefe
de gabinete Diogo Ferreira, José Carlos Bumlai e o filho Maurício
Bumlai para comprar o silêncio de Cerveró por R$ 250 mil. De acordo com a
defesa do ex-presidente, o Ministério Público se baseia apenas na
delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, “que é falsa e sem
nenhuma comprovação, feita apenas para negociar sua saída da cadeia”.
“Não há uma única conduta do ex-presidente na denúncia que possa
configurar embaraço ou impedimento às investigações criminais”, dizem os
advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins. Fonte: Correio
24h