sábado, 3 de dezembro de 2016

polícia descarta queda e diz que bebê morreu após agressão de pais

 

 

03/12/2016 12h12
Informação foi dada por delegado que apura o caso, em coletiva nesta sexta.Bebê de 9 meses teve fraturas no crânio e na mandíbula, constatou perícia.
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Polícia descarta queda e diz que bebê morreu após agressão de pais
Foto: Imagem/TV Santa Cruz
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A Polícia Civil descartou a versão dada pelos pais do bebê Pedro Silva Carneiro, de 9 meses, de que a criança teria morrido depois de cair de um carro em movimento no município de Prado, na região sul da Bahia. De acordo com o delegado Júlio César Telles, que apura o caso, o menino morreu após ser espancado pelos pais, Jorge Mendes Carneiro Junior e Erisangela Santos Silva. A informação foi passada à imprensa pela polícia em coletiva realizada na tarde de sexta-feira (2).
A polícia chegou até essa conclusão, segundo o delegado, depois do resultado do exame realizado após a exumação do corpo da criança, no dia 22 de novembro em Itamaraju, no sul da Bahia, e da reconstituição do caso, no dia 29 de novembro. O menino teve traumatismo craniano e morreu no dia 29 de outubro no município de Prado. A perícia constatou que o menino tinha fraturas na face e na cabeça.
"O resultado da exumação constatou que ele sofreu agressão que causou fratura na lateral direita da mandíbula e teve até quebra de dentes. Isso foi resultado de um chute ou murro na boca, provavelmente. Além disso, também foram constatadas fraturas em três ossos do crânio. E tudo isso é incompatível com a queda narrada por eles. A ação dolosa ficou evidenciada com o resultado da exumação na face", declarou o delegado, em contato com o G1.
A polícia ainda não sabe informar se as agressões que mataram o bebê teriam partido da mãe, do pai ou de ambos. O delegado disse, no entanto, que os dois serão indiciados por homicidio duplamente qualificado, por motivo fútil e pela impossibilidade de defesa da vítima.
O delegado informou que a reconstituição do caso também ajudou a polícia a culpar os pais pela morte da criança. A reconstituição no local onde teria ocorrido o acidente relatado contou com a presença de peritos do Departamento de Polícia Técnica, policiais civil e os pais do menino. A reconstituição durou mais de quatro horas.
"Eles se contradizem a todo o momento, a cada nova prova que é descoberta. O bebê saiu da Praia da Paixão, onde estava com os pais, inteiro, sem nenhum ferimento. E, depois, chegou à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com traumatismo craniano. Como só tinha ele e os pais no carro, a polícia não tem dúvidas da autoria das agressões. A perícia também demonstra que não tinha como a criança cair nas condições que foram narradas pelos pais. Para isso, seria preciso que o carro estivesse acima de 80 quilômetros por hora em uma curva bastante acentuada, o que não foi o caso", afirmou.