Apagada desde a derrota histórica do PT nas eleições municipais de
outubro, a bandeira do "Fora, Temer" reascendeu na esquerda com as
acusações feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero contra
Geddel Vieira Lima, que deixou a Secretaria de Governo, e o presidente
Michel Temer.
Grupos como as frentes Povo Sem Medo, Brasil
Popular, a UNE (União Nacional dos Estudantes), Ubes (União Brasileira
dos Estudantes Secundaristas), além de movimentos de moradia, organizam
uma série de manifestações pedindo o impeachment de Temer. Setores do PT
e aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçam as
articulações.
A primeira manifestação está marcada para este domingo (27, na avenida Paulista, convocada pela Frente Povo Sem Medo.
Inicialmente, o ato tinha como pauta o repúdio à PEC do Teto e contaria
com as participações de Lula, do ex-presidente do Uruguai José Pepe
Mujica e do cantor Chico Buarque, mas eles desistiram. Agora, a pauta é o
"Fora, Temer".
"Com os últimos acontecimentos, ganha força a
pauta da derrubada do governo. Entendemos que este governo perdeu a
condição de continuar", disse Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto) e coordenador da Frente Povo Sem Medo.
A Frente Brasil Popular, que havia desistido de participar, agora está
revendo sua posição. Representantes da frente vão se reunir com o
senador Lindbergh Farias no domingo de manhã. "Vamos avaliar a
conjuntura e traçar uma estratégia com relação à possibilidade de
impeachment de Temer", disse Raimundo Bonfim, um dos coordenadores do
grupo.
No dia 29, a UNE e a UBES pretendem reunir 25 mil
estudantes nas ruas de Brasília. "A pauta central é a PEC do Teto, mas,
sem dúvida, o 'Fora, Temer' renasceu", disse Marianna Dias de Souza, da
UNE. (Ricardo Galhardo) As informações são do jornal "O Estado de S.
Paulo".