sábado, 26 de setembro de 2015

Acusados de desvio de dinheiro das chuvas, foram identificados nas redes sociais

, o secretário municipal de Promoção Social, Bruno Reis, contou detalhes da operação que desbaratou o esquema de desvio de dinheiro destinado às vítimas das chuvas em Salvador, liderado pelo ex-gestor do Fundo Municipal de Assistência Social (FMAS) da prefeitura, Thiago Santos Lima. 
 
“Eu vinha acompanhando isso pessoalmente e sempre constatava que não havia atraso [o pagamento dos auxílios]. Me aprofundei para analisar caso a caso, processo a processo. Nós identificamos que tinham nove casos que tiveram o auxílio emergência, parcela única de até três salários mínimos, que receberam o pagamento nos meses de maio, junho e julho. Aquilo chamou atenção. Esses nomes foram inclusos indevidamente quando da geração da folha de ordem bancária para os pagamentos. 
 
Identificação dos criminosos
 
Nós fizemos uma pesquisa na internet, nas redes sociais e identificamos que essas pessoas nada tinham a ver com as vítimas das chuvas e ao aprofundar essa análise notamos que elas tinham relação com um funcionário aqui da Casa”, disse.
 
Ação policial
 
Em 18 de agosto de agosto, encaminhamos um ofício e entramos em contato com dra. Ana Carina Sampaio Guerra [titular da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap)], nossa equipe levou esse conjunto de provas. Ela nos orientou que mantivéssemos o funcionário trabalhando normalmente para não atrapalhar as investigações e foi instaurado um inquérito. Isso foi provocado pela gente. Nós fomos avisados que a Polícia Civil viria à Semps, às seis horas da manhã, fazer uma análise dos computadores e fazer a prisão do funcionário em sua residência”.
 
Pente fino
 
Segundo Reis, a pasta registra atualmente 3.338 contratos de auxílio emergência e 7.983 aluguéis sociais, que após o pente fino decorrente da investigação, gerou o cancelamento de mais de mil benefícios por falta de comprovação de documentos. 
Desde a chegada de Bruno Reis à secretaria, Thiago foi retirado da função de gestor e passou a atuar no setor responsável pelos lançamentos bancários dos benefícios aos desabrigados. 
 
“Ele era bem avaliado tecnicamente. Não imaginávamos que ele agiria com dolo, com má fé e cometer o crime que cometeu. Ele imaginou que, no montante de R$ 10 milhões pagos em benefícios, essa quantia de R$ 100 mil passaria despercebida”.
 
O secretário Bruno Reis confirmou que a prefeitura aguarda ressarcimento dos valores desviados, mas que dispõe de recursos para manter os pagamentos em dia. A partir de novembro deste ano, segundo ele, os beneficiários passarão a usar um cartão, nos moldes do programa Primeiro Passo, para sacar o auxílio em agências da Caixa Econômica Federal. Levamos o caso à polícia para preservar a gestão do prefeito ACM Neto. Não vamos passar a mão na cabeça de ninguém”, finalizou.