Araçatuba - A Polícia Federal (PF) prendeu nesta
terça-feira, 20, o médico obstetra Emerson Algério de Toledo, suspeito
de causar a morte de mãe e filho durante um parto irregular pelo Serviço
Único de Saúde (SUS) na Santa Casa de Jales, interior de São Paulo.
Toledo já respondia por inquéritos policiais e processos na Justiça
Federal por diferenciar o tratamento de gestantes do SUS e particulares,
cobrar indevidamente por partos e causar a morte de recém-nascido,
sequelas em feto e complicações em partos.
Por causa das
irregularidades, Toledo foi descredenciado pelo SUS. Mesmo assim, no fim
de semana atendeu uma gestante de 28 anos, funcionária da Santa Casa de
Jales. O parto teria demorado e o médico então cobrou "por fora" a
cesárea. O marido dela, um servente de pedreiro, relatou à PF "que não
tinha condições de pagar e acredita que a morte do filho e da mulher
teria sido evitada se pudesse pagar". O marido ficou sabendo da morte do
filho, um bebê de 4 quilos, no sábado, e na manhã seguinte, recebeu a
informação da morte da mulher.
De acordo com a PF, o
médico, mesmo impedido pelo SUS, prestava serviços na Santa Casa de
Jales e nos postos de saúde de Dirce Reis, Pontalinda e Jales. Nota
divulgada pela PF diz que "as instituições estavam fraudando as
informações prestadas ao SUS". A reportagem tentou falar sem sucesso com
o advogado de Toledo. A mãe do médico, Elza, não quis se pronunciar. Na
Santa Casa de Jales, ninguém da diretoria foi encontrado para falar do
assunto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.