por Luiz Fernando Teixeira
A manifestação nacional dos trabalhadores
que está agendada para esta quarta-feira (28) pode ser o prelúdio de
uma greve geral no país, de acordo com o deputado federal eleito e líder
sindical Bebeto Galvão (PSB). O político afirmou que cerca de três mil
pessoas são aguardadas em Salvador. “As centrais sindicais estão se
mobilizando e ainda vai haver uma grande manifestação, que vai ser a
Marcha a Brasília, quando pretendemos ter 100 trabalhadores. Neste
momento entendemos que o governo democraticamente eleito e que ajudamos a
eleger caiu sobre os trabalhadores. Caso essas medidas não sejam
refletidas podemos ter uma greve geral. Claro que caso a negociação não
dê resultado”, disse Bebeto. O parlamentar reforçou que durante o
processo de redemocratização brasileira, as greves gerais dos
trabalhadores foram fundamentais para a obtenção de direitos da classe
na década de 80. O deputado chamou o novo ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, de “Levy mão de tesoura” por ele ter modificado a legislação
trabalhista com menos de um mês no cargo. “O governo disse que não
atacaria os direitos trabalhistas, mas não foi isso que aconteceu”,
atacou Bebeto antes de enumerá-los: aumento do prazo do
seguro-desemprego e do auxílio-doença e o veto na correção da tabela do
imposto de renda (veja aqui, aqui, aqui e aqui).
“Eu, como parlamentar, entendo que as MPs adotadas por Dilma produzirão
um desvelo social ao trabalho. Não aceitamos que as medidas recaiam
sobre os trabalhadores”, defendeu o deputado. Argumento semelhante foi
utilizado o pelo presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira.“As mudanças
são absurdas, pois exclui o acesso de milhões de trabalhadores a estes
benefícios, exatamente no momento em que eles mais precisam. Não podemos
permitir este retrocesso, com a retirada de direitos duramente
conquistados pela classe trabalhadora. Vamos tomar as ruas para exigir a
revogação imediata destas medidas”, defendeu. Nesta terça (27), a
presidente Dilma Rousseff minimizou as declarações do ministro Joaquim Levy e afirmou que os direitos trabalhistas não serão alterados.