Pesquisadores da Universidade da
Flórida, nos Estados Unidos, descobriram que o letrozole, remédio usado
para evitar a reincidência do câncer de mama, é 30% mais eficaz para
estimular a ovulação em comparação ao clomifeno, medicamento atualmente
usado para esse fim. A pesquisa, feita em 750 mulheres entre 18 e 40
anos, analisou o resultado do uso do letrozole e clomifeno ao longo de
até cinco ciclos menstruais e provou que a taxa de gravidezes aumentou
no uso do medicamento novo em relação ao antigo.
A droga é principalmente indicada para quem sofre da síndrome do ovário
policístico (SOP) – um conjunto de sintomas que vão desde a androgenia
(características masculinas, como pelos mais grossos), até a acne e
menstruação irregular. Mesmo com a síndrome, algumas mulheres conseguem
engravidar naturalmente, enquanto outras conseguem conceber somente
quando mudam hábitos de vida, como perder peso, controlar o estresse e
se alimentar corretamente. No entanto, para um grupo de mulheres, essas
medidas não funcionam, o que leva o ginecologista a receitar um
medicamento para estimular a ovulação. São nesses casos que o letrozole
se mostrou mais eficiente do comumente usado clomifeno.
No entanto, a prescrição do novo uso poderá encontrar barreiras no
preço: as doses do clomifeno giram em torno de R$ 30 a 50, enquanto o
letrozole custa em média de R$ 200 a 400. Um dos trunfos do letrozole é a
menor taxa de nascimento de gêmeos. O estudo mostra que aproximadamente
10% das mulheres que foram estimuladas com clomifeno tiveram gêmeos.
Para o letrozole, a taxa caiu para 3%. Segundo os médicos envolvidos com
o estudo, conceber apenas um bebê a cada gravidez torna a gestação mais
segura. Com informações do Ig Saúde.