terça-feira, 10 de junho de 2014

Eduardo Campos em situação delicada:. diz pesquisa

 

 

 

eduardo-camposA pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (6) coloca o presidenciável Eduardo Campos (PSB) em uma posição, no mínimo, delicada. Campos, que na pesquisa anterior tinha 11% das intenções de voto, despencou para 7% e, agora, aparece tecnicamente empatado com o Pastor Everaldo Pereira (PSC), que registra 4% do eleitorado. A presidente Dilma Rousseff (PT) continua liderando as pesquisas, embora tenha caído de 37% para 34%. Já o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) passou de 20% para 19%. A tendência atual para Campos não é boa nem mesmo em Pernambuco. Ali, embora tenha deixado o Governo do Estado como o mais bem avaliado governador do país, seu indicado para disputar o Palácio do Campo das Princesas, o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara, está bem atrás do senador Armando Monteiro Neto (PTB). Dilma também aparece tecnicamente empatada com Campos em sua terra natal, o que tem elevado ainda mais a temperatura interna no PSB.

“As pesquisas refletem um determinado momento e uma tendência que podem ou não ser revertidas. Neste momento existe um arrefecimento da campanha de Eduardo, tanto em nível nacional como em Pernambuco. O Eduardo superdimensionou a aliança com a Marina [ex-senadora Marina Silva pré-candidata a vice na chapa do PSB]. Este erro de superdimensionar o potencial foi cometido por nós mesmos do PT, em 2012, quando cometemos este erro com Humberto Costa e João Paulo”, analisa um integrante da cúpula petista.

A referência diz respeito a eleição municipal de 2012, quando o senador Humberto Costa e o deputado federal – hoje pré-candidato ao Senado na chapa do PTB – João Paulo foram colocados para disputar uma chapa puro sangue do PT e acabaram derrotados pelo então desconhecido Geraldo Julio (PSB), indicado pelo então governador Eduardo Campos, impondo o fim de um ciclo de 12 anos do PT à frente da Prefeitura do Recife.

Quando anunciada a aliança entre a Rede Sustentabilidade da ex-senadora Marina Silva e o PSB, a união foi vista como um fenômeno surpreendente na política nacional. Marina chegava com o saldo de 20 milhões de votos da última disputa presidencial e uma rusga profunda com o PT, partido que ajudou a fundar. Já Campos vinha de um governo considerado como um dos mais bem avaliados do país, além de se apresentar como um fato novo no cenário político. A expectativa era de com a aliança, parte do capital político de Marina fosse transferido quase que automaticamente para o socialista, algo que ainda não aconteceu.

Neste momento, Campos tem menos chances que o ex-correligionário Ciro Gomes, que tinha 17,5% das intenções de voto em 2010, conforme pesquisa CNT/Sensus, e que foi obrigado a desistir em prol da aliança do PSB com o PT em torno do palanque que levou Dilma à Presidência. Ele também fica atrás de Anthony Garotinho, que hoje está filiado ao PR, mas foi pré-candidato à Presidência pelo PSB em 2002. Na época, Garotinho registrou 17,86% das intenções do eleitorado.