quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Advogado diz que jovem preso recebeu R$ 150 para fazer tumulto em protesto

 

 

Advogado diz que jovens são pagos para participar de protestos
 
 
Reprodução/ Tania Rego/ Agência Brasil

Foto: Reprodução/ 

 

  


Folha Press - O advogado Jonas Tadeu, que defende Caio Silva de Souza, disse à Folha na tarde desta quarta-feira (12) que o seu cliente e outros jovens recebiam pelo menos R$ 150 por cada protesto que participavam no Rio –como o da última quinta-feira (6), que resultou na morte do cinegrafista Santiago Andrade, 49, após ser atingido por um rojão.
 
Segundo Tadeu, o pagamento vem de um esquema, no qual estão envolvidos políticos, para promover "quebra-quebra" nas manifestações.
 
Caio Souza foi preso na madrugada de hoje na Bahia. Em entrevista à Globo News, ele admitiu ter acendido o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Band. À polícia, porém, ele disse que só iria falar em juízo.
 
O advogado enfatizou que o rapaz preso vive numa "situação miserável, não no sentido de ser um monstro, um criminoso, mas no sentido de sua situação financeira, no sentido da pobreza extrema em que ele vive."

Tadeu não citou nomes de quem teria aliciado Caio ou outros jovens, mas disse que há políticos envolvidos no esquema. Ainda segundo o advogado, os rojões, máscaras e o dinheiro são entregues por quem alicia esses jovens.
 
"O dinheiro era pago por um ativista, que eles não deram o nome. Mas esse ativista tem envolvimento com político, com diretórios regionais de partidos, de vereadores, deputados estaduais e senadores", afirmou o advogado à Folha, por telefone.
 
Ainda de acordo com o advogado, o rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade foi aceso pelos dois jovens –tanto por Fábio Raposo, conhecido como Fox, como por Caio Souza. Ele disse ainda que a dupla se conhecia apenas por apelidos em manifestações.
 
"Os dois acenderam juntos o rojão: um segurou, o outro acendeu e o outro [Caio] colocou no chão", afirmou.
 
Tadeu disse ainda que tanto Souza como Raposo conhecem a ativista Elisa de Quadros, conhecida como Sininho, 28. Ele, no entanto, não confirmou se a jovem teria informações sobre a negociação de ativistas com políticos. A reportagem tentou contato com Elisa Quadros, mas não conseguiu localizá-la.