sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Subir a Montanha

Subir a Montanha

09/07/2013 às 07:07.
 
 
Subir a Montanha Este foi o tema do retiro que tive a graça de conduzir para as Irmãs Beneditinas Missionárias de Tutzing em Olinda – PE. Foram dias de paz, escuta da Palavra de Deus e de intensa oração. Realmente, nos encontrávamos num lugar alto da cidade, podendo contemplar o lindo e verde mar que nos fala do Deus imenso e infinito cujo amor é eterno.

“Subir a montanha” deve ser uma experiência que sempre devemos nos proporcionar. Momentos nos quais deixamos tudo para estar com o Senhor e repensar a nossa caminhada cristã. Trata-se de querer viver um protagonismo na condução da própria vida, buscando estar atento ao que acontece em nós.
Nesta vida, podemos ser roubados não somente materialmente, bem como espiritualmente. Pode-se roubar a nossa alegria, entusiasmo, inocência, vontade de servir. Pior ainda, podemos ser intoxicados pelo mal e nos tornarmos pessoas amargas, insensíveis e desumanas. É preciso subir a montanha como Elias, para sentir a brisa leve e singela do Senhor que é o seu Espírito para que nós recobremos ânimo e vigor e trilhemos um caminho novo.

Nas montanhas, há nascentes d’água e elas são límpidas e frescas. Sim, é preciso beber daquela água viva que é o próprio Cristo, pois por vezes ingerimos outras águas que nos contaminam e provocam grandes males em nós. Precisamos desses encontros com o Senhor, que como afirma Gustavo Gutierrez, são como poços na nossa vida, que devem alimentar a nossa caminhada do dia a dia na planície.

É bom estarmos, sem dúvida, no alto, longe do barulho e da confusão! Mas, contudo, o Senhor nos convida a estarmos no baixo da faina diária. Somos enviados em missão e esta se realiza no vai e vem da nossa vida, compassada por momentos e ocasiões diversos: família, escola, trabalho, compras, lazer, negócios.
É nesta vida, tão cheias de demandas, que por vezes nos estressa, que somos chamados a ser luz. Na montanha, nos recompomos, nos refazemos, respiramos o ar fresco, nos iluminamos para encher de luz o nosso dia a dia. A subida não quer ser, portanto, evasão, mas recarga de forças para continuar a militância, não como um simples fazer, mas um fazer em Deus.

O retiro é uma ocasião singular de experimentar esses momentos. É interessante que nos proporcionemos este “spa espiritual”. Contudo, há um monte que podemos subir cotidianamente, do qual podemos haurir nossas forças: a Eucaristia diária. Aqui encontramos o Senhor que nos fala e alimenta, que parte e se reparte por nós e, ao fanal, nos diz: vai em paz pelas estradas do mundo, eu estou contigo.

Logo, vamos subir juntos! De forma tranquila, serena, sentindo cada passo do caminho, quero conversar mais com você sobre essa realidade tão necessária e bonita em nossa vida espiritual. Trata-se da próxima publicação. Aguarde!

Pe. Pedro Moraes Brito Júnior