sábado, 13 de julho de 2013

Matar suspeitos virou rotina para polícia brasileira, diz 'WSJ'

 

 

O jornal norte-americano Wall Street Journal publicou na capa de sua edição impressa e on-line deste sábado um artigo afirmando que esta se tornando "rotina" policiais matarem pessoas suspeitas de crime no Brasil.
Assinado pelo jornalista John Lyons, o artigo recupera o assassinato do servente Paulo Nascimento, que foi cercado em casa e levado para um carro da polícia antes de ser assassinado com três tiros na zona sul em novembro do ano passado.
Na época, um dos cinco policiais militares acusados de assassinar o servente declarou em entrevista à TV Globo que atirou por acidente. Os PMs foram presos após o programa "Fantástico", da Rede Globo, divulgar um vídeo mostrando a ação dos policiais.
No dia da morte, os PMs disseram na delegacia que o servente havia trocado tiros com uma equipe e que havia sido encontrado morto. O julgamento está marcado para começar no mês de agosto.
"A morte de Nascimento receberia pouca atenção no país onde a polícia mata mais suspeitos do que em qualquer outro lugar do mundo. A polícia do Estado de São Paulo mata um suspeito para cada 229 pessoas presas no ano, segundo dados do Governo, em comparação com um por 31.575 nos Estados Unidos em 2011", diz o texto.
O problema é reconhecido por funcionários do Governo e, inclusive, pelo governador Geraldo Alckmin que promoveu mudanças na Secretaria de Segurança Pública, diz o artigo. Em entrevista ao jornalista, o secretário Fernando Grella Vieira, disse que a cidade tem uma "categoria de criminalidade" que pode levar a alguns tiroteios justificáveis, mas, acrescentou, "nós não vamos tolerar abusos por parte da polícia".