segunda-feira, 8 de julho de 2013

Informes da Presidente Dilma


A presidente Dilma acaba de anunciar uma mudança radical no curso de Medicina no Brasil: a partir de 2015, serão oito anos de estudos, sendo que nos dois últimos o estudante terá um aperfeiçoamento trabalhando exclusivamente pelo SUS, em postos de saúde, hospitais e no SAMU.

Por um lado, a idéia é excelente, não só para a comunidade, mas também para o futuro médico, porque essa prática pode lhe ser muito útil na formação, vivenciando o serviço público de saúde (se bem que boa parte dos médicos no Brasil já vivencia).

Por outro lado, a iniciativa da presidente pode ser apenas mais um desperdício de dinheiro público, porque os médicos serão remunerados como bolsistas, além de se criar para a população que depende do SUS uma esperança de melhor atendimento que não será concretizada.

Isso porque hospitais públicos, postos de saúde e o SAMU terão que estar bem estruturados para receber um grande leva de estudantes a partir de 2021. Do contrário, guardadas as devidas proporções, teremos médicos com um aprendizado prático digno da qualidade das escolas públicas que temos hoje.

Só para citar dois exemplos bem atuais e em dois grandes centros: o Hospital das Clínicas, da Universidade Federal da Bahia, em Salvador, e o Hospital Geral Clériston Andrade, que serve para residentes do curso de Medicina da UEFS. Ambos estão em petição de miséria. E não é por falta de médicos.
 
 
Edson Borgs