sábado, 25 de maio de 2013

Uso de smartphone e tablets a noite prejudica o sono


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23/05/2013 19:00

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Passar muito tempo olhando para a tela de seu smartphone ou tablet durante a noite pode prejudicar o sono e, consequentemente, a sua saúde. O alerta é do especialista Charles Czeisler, da Faculdade de Medicina de Harvard, em um artigo publicado na edição desta quinta-feira (23) da revista inglesa Nature.
 
O tipo de luz emitida por esses dispositivos, segundo Czeisler, é especialmente prejudicial à indução natural do sono, associada aos chamados ciclos circadianos. E em um mundo em que as pessoas já dormem tradicionalmente pouco, e mal, isso pode ser um problema sério para a saúde. Várias pesquisas publicadas nos últimos anos revelam uma forte ligação entre privação de sono e a ocorrência de doenças como obesidade, diabete, problemas cardiovasculares, enfraquecimento do sistema imunológico e até câncer.
 
"O sono é essencial para a nossa saúde física e mental. Por isso, é vital que aprendamos mais sobre o impacto do consumo de luz e outras formas pelas quais nosso ?modo de vida 24 horas? afeta o sono, os ritmos circadianos e a saúde", afirma Czeisler.
 
Exposição à luz - O "relógio biológico" do organismo é naturalmente controlado pela exposição à luz. Quando a única fonte de luz era o Sol, esse controle era simples: ou era dia ou era noite. Desde que a luz elétrica foi inventada, porém, criou-se uma área cinzenta - ou de penumbra - cada vez maior entre esses dois períodos, que desregula toda a fisiologia do organismo associada aos estados de alerta e sono.
 
"A exposição à luminosidade no período da noite interfere na liberação de melatonina, que é o hormônio que faz a gente ter vontade de dormir", diz a neurologista Anna Karla Smith, do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo ela, há sensores na retina dos olhos que, quando expostos à luz, bloqueiam a liberação do hormônio.
 
"O resultado é que muita gente continua checando e-mails, fazendo lição de casa ou vendo TV até tarde sem nem se dar conta de que já está no meio da noite", diz Czeisler na Nature.