quinta-feira, 18 de abril de 2013

Orientação da Anvisa é vista como uma discriminação com os gays masculinos


 
 
 
Orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária aos bancos de sangue de todo o Brasil ainda gera dúvidas na população, principalmente ao público LGBTS. A portaria vigente nos dias atuais caracteriza como inaptos à doação de sangue, homens que tenham tido relações sexuais com outros homens, no período mínimo de um ano. O impedimento, que não é estendido para mulheres nas mesmas condições, levanta discussões sobre as definições de grupos de riscos e de comportamentos de risco.
O caso chamou a atenção do sambista Alberto Maraux, ao se dirigir ao banco de sangue do Hospital Aliança, ao lado da esposa, para fazer a doação a um parente. No panfleto informativo do hospital, a restrição e a falta de informações sobre o assunto que gera polêmica já há alguns anos, o colocou em dúvida sobre os motivos pelos quais gays do sexo masculino não podem fazer a coleta.
“O que achei mais curioso é que apenas homens são proibidos de doar. Acreditava que o impedimento só prevalecia quando o doador, independente da sexualidade, tinha comportamento de risco, como ter muitos parceiros, partilhar seringa ou não usar camisinha”, afirmou Alberto, que também é jornalista e tem o hábito de doar sangue regularmente.
O Ministério da Saúde garante que a orientação é fundamentada na maior probabilidade de contágio entre homens homossexuais do que entre heterossexuais. Segundo o órgão, “a inaptidão (e, não, proibição) para homens que fazem sexo com homens (HSH) é fundamentada em estudos epidemiológicos que apontam que a epidemia de HIV/Aids ainda é concentrada neste grupo”.
O MS também informou, em nota, que de acordo com dados coletados em pesquisa no ano de 2009, cerca de 9,9% dos casos de Aids foram declarados pela forma de transmissão homossexual e 7,9% bissexual (entre homens). O órgão também informa que na pesquisa, não há registro de transmissão da Aids em relações homossexuais femininas.