Basta levantar as velas em qualquer ponto
da Baía de Todos os Santos para perceber que os velejadores que já
visitaram dezenas de locais por todo o mundo estão cobertos de razão.
Opções para passeios pela região é o que não faltam. Com o auxílio de
Cartas Náuticas, GPS e tempo de sobra, o turista náutico poderá se
aventurar pelas águas da Baía de Todos os Santos por seis a sete meses,
sem pressa, mas também sem a necessidade de repetir programações.
Na baía, que é apontada como o "Berço do Brasil" e irmã mais velha da
globalização, mais do que natureza preservada, o turista tem ao seu
dispor opções de programas e passeios que vão desde almoços e jantares
regados a molhos maravilhosos da rica culinária baiana, até a música que
embala o maior Carnaval de rua do mundo, e as crenças ligadas à
cultura afro e permeadas pelo sincretismo religioso que se destaca como
uma das marcas características do misticismo baiano.
Para os visitantes que ainda não conhecem bem a região, talvez a
melhor opção seja, em uma primeira investida, fundear o barco próximo ao
Forte de São Marcelo. Como opções de vagas, há a Baía Marina e o Cais
da Bahiana - local responsável pela recepção das regatas internacionais
que chegam à cidade a cada dois anos, como a Jacques Vabre e a Transat
6.50.
A proximidade desses pontos com o Elevador Lacerda facilita em muito a
vida de quem busca um pequeno banho de cultura baiana. Se a opção de
parada for o Cais da Bahiana, localizado em frente ao Elevador, os
passeios ao Pelourinho/Centro Histórico poderão ser feitos a pé, sem a
necessidade de ônibus ou taxi. Conhecer um pouco do artesanato local no
Mercado Modelo e apreciar a roda de capoeira sob a marquise do mercado é
outro programa obrigatório para o viajante, assim como é aconselhável
um rápido passeio pelas lojas náuticas da região, para o caso de
precisar repor algum equipamento. O Cais da Bahiana destaca-se por ser
um dos pontos de melhor localização na BTS para quem deseja reabastecer o
barco.
Vencida a primeira etapa da viagem, vale uma velejada até a Baía de
Itapagipe/Ribeira, onde o bairro mantém ainda marcas e ritmo do
cotidiano de uma cidade do interior, com direito a saborear um dos
melhores sorvetes da cidade e, quem sabe, até um dos melhores do
planeta. Pelo menos é o que atesta a reportagem da revista Gula, fixada
em um mural da sorveteria, que coloca em pé de igualdade o sorvete de
coco queimado da Ribeira com sorvetes vendidos no Bair Travere, em Roma,
e sabores da Baskin Robbin, de Nova York. Essa travessia, para os
donos de veleiros, pede um pouco de planejamento. Devido ao banco de
areia à entrada da baía, a profundidade é de apenas 1,5m na maré baixa.
Por isso, é aconselhável que o barco, dependendo do calado, chegue ao
ponto quando a maré ainda estiver enchendo ou no 'estofo da maré'.
Entre clubes e marinas existentes no local, o velejador tem opções para
ficar com o barco durante os dias que puder ou quiser desfrutar do
melhor da hospitalidade baiana.