segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Histórias em quadrinhos ajudam no tratamento de distúrbios do sono em crianças

O objetivo do estudo foi evitar o agravamento desses problemas, além de trazer o reconhecimento de que roncar não é normal.
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) utilizou histórias em quadrinhos para ajudar crianças em idade de pré-alfabetização a identificarem a presença de distúrbios do sono nelas mesmas ou em membros de suas famílias. Os desenhos ajudam no reconhecimento do ronco, insônia, síndrome da apneia obstrutiva do sono (uma espécie de parada respiratória durante o sono) e síndrome das pernas inquietas.
 
O objetivo do estudo foi evitar o agravamento desses problemas, além de trazer o reconhecimento de que roncar não é normal e pode significar problemas de saúde mais sérios. Foram submetidas a uma avaliação 548 crianças, com idades entre 6 e 10 anos, estudantes do ensino fundamental em escolas públicas e privadas.
 
Segundo a autora da pesquisa, Eleida Camargo, doutora em ciências da saúde, foram distribuídos questionários às crianças com questões referentes aos temas de distúrbios do sono. A maioria delas respondeu que acredita que roncar seja algo normal (57,9%) e apenas 39,6% reconheceram que o ronco possa representar sintoma de alguma doença.
 
Após a leitura das histórias em quadrinhos, que trazem esclarecimentos sobre os temas ligados aos distúrbios do sono de forma lúdica, o percentual de alunos que avaliaram o ronco como algo normal caiu para 37,3%. A maioria das crianças (61,4%) passou a identificar o ronco como um sintoma. Outro dado interessante da pesquisa foi a percepção de que o ronco é visto principalmente como um incômodo social. “A gente percebe que o hábito do ronco acaba sendo considerado negativo mais pelos seus aspectos culturais do que pelo reconhecimento de que pode ser uma doença”, disse.
 
O foco na faixa etária infantil, explica a pesquisadora, foi importante porque as crianças representam o futuro, além de terem papel fundamental ao despertar a atenção dos pais. “A população pediátrica é interessante porque ela é multiplicadora, as crianças são muito comunicativas, chegam em casa e falam para os pais. Estamos trabalhando preventivamente com uma geração, que vai se tornar adulta. Esse conhecimento vai se perpetuar ao longo do tempo”, explica.