domingo, 8 de julho de 2012

Professor terá bolsa para fazer curso de formação




O Ministério da Educação apresentou ontem plano que prevê curso de formação a professores que atuam na alfabetização das crianças. Os docentes ganharão bolsa para participar das atividades.


O valor não está fechado, mas a ideia é que docentes ganhem R$ 150/mês, para a formação aos sábados, por dois anos, a partir de fevereiro.

Já os alunos, na faixa dos oito anos, farão prova nacional em 2014, para verificar a eficácia da proposta.

Segundo levantamento da ONG Todos pela Educação, 44% das crianças na faixa dos oito anos (terceira série do fundamental) não aprenderam o esperado em português em 2011; em matemática, a proporção foi de 57%.

A expectativa é que 315 mil professores passem pela formação, dada em parceria com universidades, prioritariamente públicas. Também haverá material específico.

"[Hoje] falta uma atenção à metodologia da alfabetização", afirmou Telma Ferraz, coordenadora do grupo que desenvolve o material.

Chamado de "Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa", o programa foi apresentado ontem, por meio de publicação no "Diário Oficial da União".

A proposta depende da adesão de Estados e municípios, responsáveis pelo ensino fundamental público.

A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo informou que vai integrar o programa, mas ainda analisa como será a implementação.

A Secretaria Municipal da Educação paulistana afirmou que "tem disposição de participar, desde que o trabalho proposto respeite" o seu programa, iniciado em 2006.

O Ler e Escrever também prevê formação de professores e materiais especiais.

CRÍTICA

Há um mês, representantes do MEC fizeam reuniões com dirigentes da rede estadual e municipal para apresentar o programa. Segundo a Folha apurou, educadores das redes avaliaram que o valor da bolsa é baixo para atrair docentes para atividade extrajornada.

Também citaram a preocupação com o conflito com a proposta pedagógica já em andamento nas escolas.

O ministério afirma que as secretarias poderão escolher quais ações do programa vão aplicar, caso não queiram adotar o projeto inteiro.

Segundo o Censo Escolar do governo, 26% dos docentes da educação básica não têm ensino superior.