No dia 7 de outubro, a população brasileira decidirá quem serão os governantes municipais nos próximos quatro anos. Em ano eleitoral, a propaganda política gratuita nos meios de comunicação, cartazes e ‘santinhos’ dos candidatos pelas ruas e os debates tornam-se eventos corriqueiros.
Em toda a sociedade, a política torna-se um tema comum nas pautas de
discussão. Nas escolas não é diferente. Na opinião de professores e
especialistas, a política deve ser discutida em todos os estágios de
aprendizado, pois é a partir deste debate que serão formados eleitores
mais conscientes.
Na Escola Municipal Metodista Susana Wesley, na Boca do Rio, o tema é
trabalhado de maneira interdisciplinar com os alunos. “Os estudantes
trabalham com política ao mesmo tempo em que estudam estatística,
gráficos e produção de texto”, diz a coordenadora pedagógica Flávia
Barros.
Ferramenta - Na Escola Susana Wesley, os alunos
conhecem os cargos políticos e discutem propostas de melhorias para a
instituição e o bairro. “A política é uma ferramenta pedagógica,
auxilia na função real da educação, que é fazer os alunos aprenderem,
aliando teoria e prática”, diz a vice-diretora Luciana Monteiro. A aluna
do 5º ano do ensino fundamental Quézia de Oliveira, 10, será candidata a
representante de sua turma: “Os políticos têm a função de defender a
sociedade”.
Na opinião do diretor da Faculdade de Educação da Universidade
Federal da Bahia (Ufba), Cleverson Suzart, o tema deve ser abordado em
sala de aula, pois é importante para a formação da cidadania, ajudando a
criar eleitores mais conscientes: “Mas é preciso ir além das eleições,
de maneira que haja discussão sobre o acompanhamento do trabalho dos
governantes”. Segundo ele, este processo de ensino da política deve ser
iniciado desde a educação infantil. “Não deve se restringir a uma
disciplina, mas deve fazer parte da cultura da instituição”.
Quanto à maneira em que o assunto deve ser abordado em sala de aula, o
cientista político e professor da Ufba Paulo Fábio Dantas destaca que
os professores devem evitar a partidarização e o proselitismo político.
“Às vezes, sob o pretexto de que se está falando de política, acaba-se
pregando o apoliticismo, como se na política estivessem todos os vícios,
e na sociedade, todas as virtudes”, critica.
“É preciso ensinar a tolerância, respeito às divergências, mostrando
que o conflito pode ser pedagógico, desde que se respeitem as regras
sociais”, completa.