sábado, 28 de julho de 2012

Com gol de Neto Baiano, Vitória supera retranca do CRB e segue na cola do líder



Em clima de despedida, Neto Baiano marca no final e garante triunfo do Vitória sobre o CRBEstreia de goleiro, recorde de público da Série B do Campeonato Brasileiro, retranca adversária, tensão, chuva, gol de artilheiro em clima de despedida, emoção, alívio, euforia, sexta vitória consecutiva e briga pela liderança mantida.
Assim pode ser resumida a representação do triunfo do Vitória por 1 a 0 sobre o CRB na tarde deste sábado, 28, no Barradão, pela 13ª rodada do torneio nacional. Bastante comemorado pela sua torcida, o resultado mantém o Leão, agora com 31 pontos ganhos, na cola do líder Criciúma, que tem um ponto a mais.
Apesar do clima festivo que reinou após o apito final do árbitro carioca Rodrigo Nunes de Sá, o torcedor rubro-negro sofreu para soltar o grito de gol: desde o primeiro tempo, o alvirrubro alagoano impôs um bem montado cinturão defensivo e dificultou ainda mais as jogadas ofensivas do Vitória, que também não esteve numa tarde inspirada.
Contudo, se por um lado faltou técnica, por outro sobrou a vontade necessária para os times que almejam o sucesso na Série B: o Vitória insistiu, encurralou o time alagoano em seu campo e, aos 39 minutos, por intermédio da frieza do seu maior goleador, libertou o grito de gol que sufocava os quase 35 mil rubro-negros apaixonados nas arquibancadas do Barradão.
Ainda com Neto Baiano, que deverá atuar pela última vez antes de se transferir para o futebol japonês, o Vitória volta a campo às 21h50 da próxima terça-feira, 31, contra o São Caetano, no Anacleto Campanella; no mesmo dia e no mesmo horário, o CRB recebe o Ipatinga no Estádio Rei Pelé.
Falso domínio - Embalado pelos cânticos da sua torcida, o Vitória começou o jogo no Barradão a todo vapor. O Leão partiu para cima e sufocou nos dez minutos iniciais. Depois, o CRB impôs melhor a sua proposta defensiva e tornou o primeiro tempo mais difícil para o time da casa.
O cerco formado pelo time alagoano levou a equipe de Paulo César Carpegiani a falhar em demasia nos momentos dos remates contra a meta do goleiro Cristiano. O Leão foi mais incisivo até meados dos 15 minutos; depois, diminuiu o ritmo e passou a atacar apenas esporadicamente. O time visitante, então, aos poucos conquistou espaços e chegou a criar a melhor chance para modificar o placar.
A primeira chegada do Vitória aconteceu aos três minutos, quando, em triangulação, Leílson recebeu passe na entrada da área e, desajeitado, mandou para fora. Dois minutos depois, Michel cruzou pelo lado direito e serviu Neto Baiano, que dominou no peito e emendou uma bicicleta sem força; Cristiano segurou. Aos 11, Leílson serviu Marquinhos pelo lado direito da área, mas o goleiro do alvirrubro alagoano fechou bem o ângulo e defendeu o chute do atacante.
Quatro minutos depois, após cruzamento do time alagoano pelo lado esquerdo, o estreante Deola se antecipou e afastou mal o perigo: a bola sobrou para Jadilson, que completou de primeira; Dener, bem colocado, salvou. Aos 32, Pedro Ken se chocou com a zaga do CRB e pediu pênalti; o árbitro negou. Luiz Felipe tentou surpreender Deola, aos 42, mas o seu chute passou à direita da meta do arqueiro rubro-negro.
Gol de ídolo - Paulo César Carpegiani devolveu o Vitória ao campo de jogo com uma alteração tática: tirou o lateral-esquero Dener e lançou mão de Arthur Maia. Mudança que deixou o Vitória limitado às raras investidas pelo lado direito, além de menos produtivo, porque Maia não entrou bem.
O início da segunda etapa, então, teve a configuração que o CRB pretendia: o time alagoano manteve a forte marcação e se arriscou com maior frequência nas jogadas de ataque, sobretudo pelo lado direito, onde existia um vazio no setor defensivo rubro-negro. Foi por lá que, aos nove minutos, Luciano recebeu lançamento e emendou de primeira; a bola passou ao lado e foi para fora.
Dois minutos depois, Leílson se lesionou e Nicácio entrou em seu lugar. Substituição que coincidiu com o começo da chuva, que reanimou a torcida nas arquibancadas e o time dentro de campo. Em sua primeira participação, Nicácio tocou por cima da marcação do CRB e serviu Neto Baiano, que protegeu e bateu forte, de primeira; Cristiano pegou. Aos 19, Marquinhos recebeu lançamento e tentou encobrir Cristiano, mas tocou fraco na bola e viu a zaga afastar o perigo após rebote do goleiro.
Carpegiani tirou Michel e, em tendo colocado Léo em seu lugar, rearrumou o Vitória. Mas o CRB seguiu seguro. Aos 35 minutos, o time alagoano se arriscou em contra-ataque e Preto, livre pelo lado direito, mandou uma bomba rasteira; Deola interviu com uma grande defesa. Um minuto depois, Pedro Ken limpou jogada na entrada da área e bateu colocado. O meia quase fez um golaço; a bola foi para fora.
Ex-jogador do Vitória, o zagueiro Thiago Gomes apareceu livre na área rubro-negra, aos 41 minutos, mas, com o pé direito, mandou pela linha de fundo a chance de calar o Barradão. Com o desperdício, o defensor permitiu a continuidade do barulho que houvera se iniciado aos 39 minutos, quando Victor Ramos iniciara com um lançamento do campo de defesa a jogada que, após disputa na entrada da área, resultara no gol salvador de Neto Baiano. Frio, o artilheiro do Barradão e do Brasil entrou na área, limpou Thiago e bateu rasteiro. Cristiano não segurou. Gol de herói. Gol de ídolo.
Vitória 1x0 CRB - 13ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
Local: Estádio Manoel Barradas, em Salvador (BA).
Data: Sábado, 28 de julho.
Horário: 16h20.
Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá (RJ).
Auxiliares: Gilberto Stina Pereira (RJ) e Wendel de Paiva Gouveia (RJ).
Gol: Neto Baiano (aos 39 minutos do segundo tempo) para o Vitória.
Cartões amarelos: Preto, Geovane e Roberto (CRB); Léo (Vitória).
Público: 32.255 pagantes.
Renda: R$ 568.175,00.
Vitória: Vitória definido: Deola; Nino, Victor Ramos, Dankler e Dener (Arthur Maia); Uelliton, Michel (Léo), Pedro Ken e Leílson (Marcelo Nicácio); Marquinhos e Neto Baiano. Técnico: Paulo César Carpegiani.
CRB: Cristiano; Rogélio, Thiago Gomes e Rodrigão; Luiz Felipe, Gercimar (Diego), Roberto, Geovane (Tiago Bezerra) e Jadilson; Luciano (Vitor) e Preto. Técnico: Roberto Fonseca.