quinta-feira, 19 de abril de 2012

Professores seguem acampados na Assembleia Legislativa da Bahia


Professores seguem acampados na Assembleia Legislativa da Bahia
Murilo Melo e Paula Pitta


 Professores seguem acampados na Assembleia Legislativa da Bahia
Cerca de mil professores grevistas acampam no prédio da Assembleia Legislativa, localizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, durante a manhã desta quinta-feira, 19, para discutir a equiparação do piso estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Os professores, que estão em greve desde o dia 11 de abril, ocupam o CAB desde a quarta, 18. Os grevistas cercaram a entrada do prédio da Governadoria do Estado, o que fez com que a polícia instalasse uma barreira na frente do edifício. Segundo a categoria, não há previsão para deixar o local.
Os profissionais protestam contra o que consideram uma quebra no acordo do governo estadual, em relação ao reajuste do Piso Nacional com percentual de 22,22%. Além disso, eles alegam que a categoria sofreu um retrocesso pelo desestímulo ao aperfeiçoamento profissional, cobram, o que segundo eles, seriam justos aumentos salariais e pressionam deputados a não aprovar projeto do governo que acaba com benefícios de professores com nível médio.
Corte do ponto - Em nota oficial divulgada no site da Secretaria de Educação do Estado, o governo informou que "o piso para os professores com curso superior na Bahia é mais alto do que em estados mais desenvolvidos economicamente, como São Paulo e Rio, e que a categoria recebeu, nos últimos três anos, 30% de aumento salarial acima da inflação".

Além disso, a Secretaria de Educação informou que vai cortar o ponto dos professores grevistas, baseada na decisão da Justiça que, na última sexta-feira, decretou a ilegalidade da paralisação dos docentes.
A Secretaria emitiu comunicado convocando os professores a retornar às unidades de ensino imediatamente, mas a Associação dos Professores Licenciados da Bahia (APLB) entrou com uma liminar contra a decisão e ameaça manter a greve até que o reajuste seja concedido.
"Não tem greve ilegal, não existe greve ilegal. O que o governo conseguiu foi uma liminar, mas nós também estamos correndo atrás", disse Rui Oliveira, presidente do sindicato.

Os sindicalistas do APLB disseram que a adesão à greve é de 80% em todo o Estado. Eles afirmam que mais de um milhão de alunos estão sem aulas na Bahia.