sexta-feira, 13 de abril de 2012

Greve de professores da rede estadual será discutida na ALBA


Projeto de Lei assegura o cumprimento do piso nacional a 5.210.
Sindicato diz que projeto não contempla toda a categoria.


A bancada governista da Assembleia Legislativa da Bahia deve se reunir na próxima segunda-feira (16) para decidir se o projeto de lei enviado ontem pelo governo será votado em caráter de urgência.
O projeto assegura o cumprimento do piso nacional da educação aos 5.210 professores de nível médio, mas para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia, o projeto não contempla toda a categoria.
Hoje, dos 38 mil professores estaduais cerca de cinco mil recebem salário base de R$ 1.187, valor abaixo do piso nacional, que é de R$ 1.451. A proposta do Governo é pagar 6,5 de reajuste para todos os professores e mais 22% para os cinco mil professores que recebem abaixo do piso nacional. O problema é que, com esse segundo reajuste, esses cinco mil professores teriam salários maiores do que do que professores que têm maior qualificação.
A Secretaria da Educação disse que a APLB esteve presente na assembleia legislativa nos dias que antecederam a aprovação da lei, em novembro do ano passado, que estabelecia o aumento de 6,5% para todos os professores. Por isso, segundo a secretaria, não existe motivo para a reclamação. Representantes da secretaria informaram ainda que a maior parte das escolas do interior funcionou normalmente nesta quinta-feira (12).
Greve de professores na Bahia (Foto: Reprodução/TV Bahia)Profissionais saíram em passeata pelas ruas.
(Foto: Reprodução/TV Bahia)
Greve
Em assembleia realizada na manhã da quarta-feira (11), em Salvador, professores da rede estadual de ensino da Bahia decretaram greve por tempo indeterminado no estado. A categoria alega que o governo não cumpriu o acordo de reajuste de 22,22% no piso nacional.
Os 32.584 professores licenciados (integrantes da carreira do magistério estadual) já recebem salário acima do piso nacional no valor de R$ 1.586,06, além de gratificações, em consequência do reajuste de 6,5% dado a todo o funcionalismo estadual. Já os 5.210 professores não licenciados, que lecionam no ensino médio, estão com os salários abaixo do piso nacional.
De acordo com o governo do estado, será enviado à Assembleia Legislativa, ainda nesta qarta-feira, um projeto de lei que prevê o cumprimento do piso nacional para esses profissionais, que têm recebido salário abaixo dos R$ 1.451 pagos a outras carreiras. Com isso, o governo afirma que toda a categoria da rede estadual receberá o piso estabelecido pela lei.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), professor Rui Costa, informou que pouco depois das 10h, ao final da reunião, os profissionais seguiram em passeata pelo centro da cidade, partindo do bairro de Nazaré. Segundo o sindicalista, representantes de 80 municípios participaram da assembleia. As aulas devem ser suspensas a partir de quinta-feira (12).
Os professores marcaram para quarta-feira (18) uma manifestação na sede da governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador.